Escola Estadual Padre Alexandre Grigolli
Por volta de 1940, próximo da Escola Estadual Padre Alexandre Grigolli, tudo era pasto e a vida das famílias, difícil: o fogão era a lenha, o que havia em abundância na redondeza, ou a carvão, que era vendido de porta em porta pelos carroceiros (e demorava cerca de meia hora até o carvão pegar fogo). Em geral, acordava-se às quatro horas da manhã para se fazer o café. Havia muito mato, nadava-se no rio, as árvores serviam para a brincadeira das crianças. Para o banho e para lavar louça todos usavam a bacia. É nesse cenário que, em um casarão, entre as ruas Boa Vista e Santos Dumont, que até então servia para encontros festivos dos moradores, a Prefeitura alugou o local para surgir o Grupo Escolar de Vila Gisela de 2º estágio, pelo Decreto nº 17698 de 26 de Novembro de 1947, com seis classes, mediante a anexação das 1ª e 3ª escolas mistas de Vila Gisela de 1º estágio, regidas pela professora Antônia Talora. A Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, como proprietária do terreno, cedeu o local para o funcionamento da nova escola, que seria terminada em 1957. Permanece no mesmo endereço: Rua Nelly Pelegrino, 954. Até sua construção efetiva e sob a denominação de Grupo Escolar de Vila Gisela, a escola funcionava com aproximadamente 500 alunos. Era o ano de 1952 e, com o Decreto nº 17698/47, publicado em 17 de Fevereiro de 1952, criavam-se mais três classes. Há nesse período o registro dos nomes dos seguintes professores: Maria de Lourdes Araújo, Lílian Lencioni do Amaral, Maria Nilce Lencioni, Júnia Olivetti, Nair de Almeida, Sérgio Tagliavini, Helen Cleci Perez, Mercedes Rinaldo, como sendo os responsáveis pelos exames finais do ano de 1952. Nota-se pelos registros que alguns alunos, por motivo não identificado, não faziam a prova final, mas apresentavam cadernos ou faziam somente as provas mensais e obtinham a aprovação. Quando o aluno não conseguia a média suficiente, que era 50, escrevia-se na frente de seu nome: Conservado. Em 1955, aparece em Ata o 1º Registro de Exames Finais, já com o nome de Grupo Escolar Padre Alexandre Grigolli. Em 1954, pelo Decreto nº 23955 houve a alteração do nome para GESC Padre Alexandre Grigolli.
O Padre Alexandre nasceu em Verona, Itália, em quatro de Agosto de 188l. Veio para o Brasil em Dezembro de 19l0. Foi missionário em Rio Claro e no Paraná. Voltou para a Itália em 1923, retornando para o Brasil nesse mesmo ano, sendo nomeado coadjutor em São Caetano do Sul, cargo que exerceu até 1931. Foi nomeado Vigário da Paróquia; construiu a Matriz Nova, com início em 193l e término em 1939. Foi professor de Grego, Latim, Teologia e Filosofia. Com 80 anos retornou à Itália e faleceu com 88 anos em 17 de Fevereiro de l969. Por seu trabalho e em sua homenagem a escola recebeu o seu nome. Devem ser lembradas algumas particularidades sobre a escola: todos os documentos referentes aos alunos eram escritos a tinta e somente em 1978 aparecem os primeiros registros das Atas, datilografados. Até 1972 os alunos eram avaliados em Linguagem Escrita, Aritmética, Conhecimentos Gerais, Leitura. Logo após a construção da atual sede da escola um dentista ficava de plantão, tendo para ele uma sala específica. A merenda dos primeiros tempos, sempre leite com chocolate, era servida em canecas de alumínio e podia-se repetir quantas vezes quisesse. Em 196l a escola reportava-se à Delegacia de Ensino de Santo André da Borda do Campo (atual Santo André) e há registro de vocabulário precioso em Ata: Sete de Dezembro de 1961 – No interregno de 17 de Novembro a sete de Dezembro de 196l, realizaram-se os exames finais do Grupo Escolar Padre Alexandre Grigolli em São Caetano do Sul, sob a presidência de seu Diretor efetivo, Professor Estélvio Simão Nutti,... Nesse mesmo ano foram criadas as salas para o pré-primário, sendo instaladas em 19 de Junho de l96l.
Em 1963 o aluno fazia provas em Junho, Setembro e exame em Dezembro e nesse período aparece em registro os termos: Diplomado e Conservado. O Decreto Lei nº 869 de 12 de Setembro de 1969, referente à Educação Moral e Cívica, tinha como base filosófica a prática educativa da moral e do civismo nos estabelecimentos de ensino, através de atividades escolares, inclusive quanto ao desenvolvimento de hábitos democráticos, movimentos de juventude, estudos de problemas brasileiros, atos cívicos, promoções extraclasse e orientação aos pais. Para tornar efetivo o Decreto criou-se na escola o Centro Cívico Marechal Cândido Rondon, promovedor de festas e eventos. Em 1972 começa a funcionar a 5ª série. As notas deixam de ir de zero a cem e passam de zero a dez. Em 1973 há a introdução da 2ª época e os termos Reprovado e Aprovado começam a aparecer. As matérias eram Português, História, Geografia, Matemática, Ciências, Educação Moral, Desenho e Francês. Em 1976 a escola teve seu nome alterado para EEPG Padre Alexandre Grigolli
Fonte: revista Raizes número 26 - Autora: Mariza Lima Gonçalves, professora, poetisa e membro da Academia de Letras da Grande São Paulo